14 de setembro de 2015

Sobre a Arte de Cantar.

“Seja como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.” (Victor Hugo)


"Música, arte de harmonizar sons para produzir sensações que agradam." Várias definições tentam descrever o que esta poderosa aliada do ser humano é, faz e provoca.
Mas não são necessárias tantas definições, pois na prática ela faz parte da vida de quase todos nós. A humanidade teve os sons e as suas combinações transformadas em música, lado a lado com cada passo dado. O ser humano, individualmente tem na música, os sons e as vibrações fazendo parte de sua vida desde o ventre materno até o momento de morte.

 Música comemora, ritualiza, potencializa, educa, compartilha, estimula, marca, impulsiona, entristece, perturba, agita, incomoda, deprime, irrita e ensurdece, arrepia... Enfim!

Pode ser uma companheira positiva, mas se mal utilizada rompe o equilíbrio e causa até mal. O canto tão espontâneo que faz parte  do cotidiano das pessoas tem sido pouco usado, pois alguns inventaram que tem de saber cantar para tal.

"Quem canta seus males espanta". Esse ditado tão utilizado e conhecido retrata bem o que a música com o recurso do canto pode causar.

E isso é tão simples. Cantar deveria ser como respirar. Sem censuras ou exigências, a não ser em um contexto acadêmico ou erudito, o que não é o caso, quando se trata do cotidiano das pessoas comuns.

Cantar é a respiração estruturada com efeito fisiológico que se transforma em massagem para o intestino e em alívio para o coração. Essa respiração fornece ar adicional aos pulmões, impulsiona a circulação sanguínea e melhora a concentração e a memória. Cantar nos harmoniza e também reforça o sistema imunológico.

Os seres humanos nascem cantando, pois o choro que o bebê emite ao nascer é o seu canto de dor e alívio ao ser inundado de uma vez só com um golpe de ar em seus pulmões. E outros cantos apaziguadores e amorosos suavizam cada momento de adaptação deste novo habitante, ora no acalanto, no brincar ou estimular sua interação e compreensão do mundo.

Desde os primórdios muitas culturas utilizavam cantos para aumentar a capacidade de trabalho em suas plantações e comemorar suas colheitas.

Cantando prossegue-se ao comemorar cada novo ano de vida. Torcer por times, distrair-se em "baladas", potencializar valor de orações, meditações. Unir culturas e aumentar a autoestima. São grandes os efeitos que a música quando utilizada com bom senso pode alcançar.

Conscientemente, muitas pessoas utilizam a música, através do canto, como forma terapêutica. "Quando eu soltar a minha voz... eis aqui uma pessoa se entregando", cantava Gonzaguinha. Soltar a voz, ser ouvido, ser reconhecido, é vital para seres comunicativos e até mesmo para os mais introspectivos. O canto auxilia na dicção, postura, sensibilidade, autoestima, audição, afinação, segurança.

E, além de tudo, o canto proporciona coragem!


Assim declarou o sábio:

“Seja como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.” (Victor Hugo)
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