30 de setembro de 2015

Artigo apresentado ao Centro Universitário Sant’Anna para obtenção do Grau de Licenciado em Música - 2012.


RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

SÃO PAULO
2012






CENTRO UNIVERSITÁRIO SANT’ANNA
CURSO MÚSICA


FÁBIO DE SOUZA DA SILVA



RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

Trabalho apresentado ao curso de Música do Centro Universitário Sant’Anna para obtenção do Grau de Licenciado
Orientadora:
Prof.  Leila Yuri Sugahara




SÃO PAULO
2012




SUMÁRIO
 


INTRODUÇÃO..................................................................................                                01
CAPÍTULO I - PRÁTICA DE ENSINO MUSICAL: CONJUNTOS INSTRUMENTAIS
1. Referencial teórico...........................................................................................                 02
2. Práticas desenvolvidas nas aulas.....................................................................                 04
3. Atividades de regência.......................................................................................              05
CAPÍTULO II - PRÁTICA DE ENSINO MUSICAL: LINGUAGENS E EXPRESSÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS
1. Referencial teórico...........................................................................................                 05
2. Práticas desenvolvidas nas aulas.....................................................................                 06
3. Atividades de regência.......................................................................................              07

CAPÍTULO III - PRÁTICA DE ENSINO MUSICAL: ORQUESTRAÇÃO
1. Referencial teórico...........................................................................................                 08
2. Práticas desenvolvidas nas aulas.....................................................................                 09
3. Atividades de regência.....................................................................................                09

CAPÍTULO IV – RELATÓRIO DE MÚSICA NA ESCOLA PROMOVE.
1. Dados de identificação da escola....................................................................           10
1.1. Tipo de Instituição........................................................................................10
1.2. Horário de funcionamento...........................................................................11
1.3. Número de alunos.........................................................................................11
1.4. Nível de atendimento..................................................................................12
1.5. Diretoria de ensino.......................................................................................12
2. Caracterização da escola......................................................................................12
2.1. Diagnóstico da comunidade.....................................................................                12
2.2. Clientela escolar.......................................................................................                 13
2.3. Objetivos da escola..................................................................................                 13
2.4. Matriz curricular........................................................................................                14
2.5. Projetos.....................................................................................................                15
3. Educação Infantil: aspectos a serem observados............................................                  15
3.1. Planejamento............................................................................................                 16
3.2. Relação professor x aluno........................................................................                 17
3.3. Procedimentos metodológicos..................................................................                17
3.4. Utilização de recursos..............................................................................                 18
3.5.  Acompanhamento do desenvolvimento do aluno...................................                19
3.6. Reflexões e síntese..................................................................................            20


CAPÍTULO V – AULAS EM CURSO LIVRE DE MÚSICA - CENTRO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES JOVA RURAL II.
1. Dados de identificação da escola....................................................................                 21
1.1. Tipo de Instituição....................................................................................                22
1.2. Horário de funcionamento........................................................................                23
1.3. Número de alunos....................................................................................                 25
2. Caracterização da escola................................................................................                   27
2.1. Diagnóstico da comunidade.....................................................................                28
2.2. Clientela da escola.....................................................................................               29
2.3. Objetivos da escola..................................................................................                 29
3. Atividades desenvolvidas pela escola.............................................................                 30
3.1. Cursos,,,,,,,,,............................................................................................                  32
3.2. Relação professor x aluno.......................................................................                  31
3.3. Utilização de recursos..............................................................................                 32
3.4. Acompanhamento do desenvolvimento do aluno.....................................               32

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................            35

REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS..................................................................         37








INTRODUÇÃO

Os Estágios de Licenciatura em Música da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio surgiram da obrigatoriedade de cumprir 400 horas, conforme prevê Art. 65 da Lei 9.394/96 “A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas”.
Em cumprimento da legislação vigente, o estágio curricular em que pude ter a rara e a grata oportunidade de atuar “in loco” efetivamente como Professor de Música foram realizados na PROMOVE, localizada no município de São Paulo. E efetivamente, também, como Professor de Música no CENTRO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES – JOVA RURAL, localizado no município de São Paulo, com a finalidade de aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos no Curso de Música – Licenciatura da Unisant’Anna.
O Estágio Supervisionado visa fortalecer a relação teoria e prática baseado a noção do conhecimento em música surge da ação da pessoa com a música, cuja característica fundamental é o movimento simultâneo e sucessivo de seus elementos (duração, altura, intensidade e timbre). Assim, dentro de um processo ativo e lúdico, a pessoa poderá, em qualquer idade, construir seu conhecimento musical, quando interagir com os objetos existentes em seu contexto social.
Entende-se por objeto sonoro todo o objeto produzido ou percebido como som, desde que organizado dentro de uma perspectiva estética intencionada, como música ou como ato de audição. Nesse caso, envolverá tanto o som da voz e instrumentos musicais definidos, quanto ruídos, buzinas, campainhas, cantos de aves ou demais sonoridades de nossa paisagem sonora. O que define o objeto sonoro é a organização integrada dos elementos sonoros construídos pelo homem como música.
As atividades do estágio, particularmente, fortaleceram as minhas convicções pessoais de que a atividade de se ensinar música nos dias atuais é algo que pode definitivamente criar pessoas mais humanas que contribui pelo bem de si próprio e de outras pessoas.
Por fim, a minha gratidão será eterna a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram nessa minha jornada, que está apenas no comecinho. 


CAPÍTULO I – PRÁTICA DE ENSINO MUSICAL: CONJUNTOS INSTRUMENTAIS

1.1.            OBJETIVO
O objetivo da disciplina “Pratica de Ensino – Conjuntos Instrumentais” foi de possibilitar ao aluno o aprendizado de habilidades e competências para o desempenho da atuação como professor na educação básica (educação infantil, níveis fundamentais I e II e nível médio) através da musicalização com instrumentos e das combinações diversas para a total adequação das atividades propostas em relação a cada faixa etária a ser trabalhada, além de conhecimento de diversas formações instrumentais possíveis e foi-nos oferecido embasamento teórico, através da obra do médico, filósofo e psiquiatra francês Henry Wallon, estudamos os diversos estágios do desenvolvimento da criança (cognitivo, afetivo e motor) e como esse desenvolvimento está intimamente ligado a educação e a evolução psicológica dessa criança, e com isso,  conhecemos subsídios e formas como agir quando eu estiver exercendo a sua atividade como professor da melhor maneira possível fazendo com que atinja melhores resultados.

1.2.            ATIVIDADES PRÁTICAS
O curso propiciou pros alunos a possibilidade de vivenciar na pratica algumas atividades que envolviam teoria musical e em relação a psicologia da educação, a musicalização, e o trabalho de atenção e de movimentação (psicomotor). Atividades como: parlendas, danças e atividades que despertem a atenção e trabalhem a concentração, como atividade relacionadas a imitação e de rápida reação em relação aos estímulos (auditivos, visuais ou gestuais) Pois segundo Joly (2006 ):

A música é um elemento importante na rotina diária de uma sala de aula. O contato com ela pode enriquecer a experiência da criança de inúmeras formas. Se o professor tocar ou cantar diversas músicas em diferentes situações durante todo o dia escolar, a criança assimila outras situações de aprendizagem, tais como habilidades sociais e estruturas de linguagem. As crianças são sempre aprendizes por inteiro, elas aprendem um pouco de cada coisa cada vez que têm oportunidade. Assim como assimilam os sons oriundos do processo de aprendizagem da linguagem, elas também aprendem os sons musicais experimentando-os como parte do ambiente onde estão. (JOLY, 2006, p. 38)


Os alunos vivenciarem aulas de música dedicadas e focadas com objetivos claros, para bebês e crianças de diversas idades com atividades sugeridas pela professora e abriu-se um espaço para a aplicação das atividades elaboradas em aulas pelos próprios alunos, seguindo todas as recomendações para cada faixa etária desenvolvida em cada atividade, para fazer os alunos lidarem ainda mais a prática  docente. Pois segundo Galvão (1998):
                      
No desenvolvimento humano podemos identificar a existência de etapas claramente diferenciada, caracterizadas por um conjunto de necessidades e de interesses que lhe garantem coerência e unidade. Sucedendo-se numa ordem necessária, cada uma sendo a preparação indispensável para o aparecimento das seguintes. (GALVÃO, 1998, p. 57)

Essas atividades práticas foram realizadas também com diversos tipos de matérias, como gravações pequenos instrumentos, fantoches, bichinhos de pelúcia entre outros, sempre com o objetivo de proporcionar estímulos adequados a cada necessidade da etapa que a criança se encontra, com bastante movimento e atividades que desenvolvessem a atenção, e assim de se atingir o resultado esperado em cada aula, e em um planejamento mais geral também. Segundo GALVÃO (1998), a respeito de cada fase do desenvolvimento da criança é ilustrado da seguinte maneira:

No estágio Sensório-Motor, projetivo, que vai até o terceiro ano de vida, o interesse da criança se volta para a exploração sensório-motora do mundo físico. A aquisição da marcha e da preensão possibilita maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração de espaços. (GALVÃO, 1998, p. 58)

Foram atividades que ofereceram informações para as situações reais que os alunos irão vivenciar como professores quando lidarem com alguns tipos de alunos.

1.3.            ATIVIDADES DE ELABORAÇÃO E REGENCIA DE AULA
Com a disciplina foi proporcionou-se  aos alunos  um momento  para a elaboração de arranjos musicais para conjuntos instrumentais para diversas faixas etárias, direcionando para com que os alunos tivessem que trabalhar desde o princípio, que seria de escrever esse arranjo para determinados naipes de instrumentos, e que fossem aplicados em uma regência, direcionando os alunos passassem esse arranjo em um determinado numero de aulas para os colegas como se fosse em uma situação real na escola, com planejamento de ensino e planos de aulas, utilizando de todo o repertório de conteúdos adquiridos ao longo do curso para que os objetivos quanto aos assuntos abordados no arranjo fossem absorvidos e passados de forma clara e  concreta nessa regência além de que esse mesmo  arranjo fosse executado da forma planejada ou pelo menos da melhor forma possível mesmo com todas as situações prováveis que poderiam dar errado, forçando ainda mais os alunos a lidarem com a situação real do professor em exercício. 


CAPÍTULO II – PRÁTICA DE ENSINO MUSICAL: LINGUAGENS E EXPRESSÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS.


2.1.   OBJETIVO
A disciplina “Prática de Ensino: Linguagens e expressões artísticas e culturais” objetivou possibilitar o  aprendizado de habilidades e competências para o desempenho da atuação como professor na educação básica, (dessa vez com focos nos níveis fundamental e médio) através da leitura, reflexão e discussão de diversos textos a respeito da concepção de música e de educação musical, possibilitando a reflexão sobre seus próprios conceitos a respeito.
Foi oferecido embasamento teórico através do estudo das metodologias e pensamentos dos mais importantes teóricos e educadores musicais do século XX tais como: Schafer, Orff, Kodaly, Dalcroze, Willens e Suzuki oferecendo condições para entendimento e análise de outras formas eficientes do ensino da música.  Houve também dentro desse conteúdo teórico, a abordagem de pensamentos Inatista, Ambientalista e Interacionista, e como essas formas de pensamento influenciam na maneira do professor ensinar. Esses conhecimentos dos métodos ativos foram significativos. Citando FONTERRADA (2008):
           
Hoje, nem mesmo as escolas de música parece dar-se conta da importância dessas propostas, permanecendo muitas delas no antigo esquema de iniciar crianças e jovens diretamente no instrumento, e colocando-os em classes de teoria da música para completar a formação exigida pela aula de instrumento. São poucas as escolas que sistematicamente desenvolvem um trabalho apoiado nos métodos ativos como preparação para o ensino de instrumento, que se dá nos mesmos moldes das escolas do século XIX, ou que se dedicam a música popular, que sofre influencia das escolas jazzísticas norte-americanas, igualmente voltadas para a prática instrumental e não para a formação musical básica. Mas mesmo nas escolas que investem em aulas de musicalização, observa-se que, muitas vezes, isso ocorre de maneira pouco consistente, caracterizando-se mais como recreação do que como fonte de conhecimento. O esquecimento dos métodos ativos da educação musical vem sendo danoso ao ensino de música no país, provocando duas posturas opostas: a de adotar um dos métodos acriticamente e de maneira descontextualizada, descartando outras possibilidades, e a de ignorar seus procedimentos, investindo em propostas pessoais, geralmente baseadas em ensaio-e-erro, em geral, privilegiando o ensino técnico-instrumental (leia-se treinamento dos olhos e das mãos) ou a diversão, dentro do pressuposto de que música é lazer. (Fonterrada, 2008, p. 43)

2.2.            ATIVIDADES PRÁTICAS
Nas aulas vivenciou-se e principalmente refletiu-se sobre os próprios  conceitos de educação musical com atividades de reflexão e discussão em sala de aula de textos pertinentes ao assunto, tais como: “Do, re mi, fá e muito mais: Discutindo oque é música” de Maura Penna, “Apreciação Musical Através do Gesto Corporal” de Maria Cristina Pires Rodrigues onde abordou-se de forma extremamente eficaz temas como o que é música, o que é musicalidade, o fazer musical, a  musica como objeto de expressão, o desenvolvimento da musica através da motricidade e suas ligações. Ainda sobre reflexões e discussões sobre bibliografias, foi discutido em aula os conteúdos de arte abordados nos PCN’s e como eles são aplicados de fato.
Consolidou-se o aprendizado neste período com a construção de um Planejamento de Ensino dentro da educação básica e como se concilia os ideais do professor com os PCN’s.
Houveram atividades práticas, jogos musicais, focados no desenvolvimento da musicalidade através de diferentes maneiras de sonoridades linguísticas, abordando conteúdos musicais como alturas, duração, intensidade, timbre e densidade. Propostas essas da educadora Teca Alencar. Como o jogo da conversação entre diversas línguas (francês, chinês, japonês, indiano, russo) onde os alunos deveriam conversar utilizando a sonoridade e expressão características de cada língua.

2.3.            ATIVIDADES DE ELABORAÇÃO E REGENCIA DE AULA
Com a disciplina vivenciou-se o ensino através da elaboração, montagem e apresentação de seminários para os colegas sobre os mais influentes e importantes educadores musicais já citados chegou-se  ao resultado de aprendizado duplo, ou seja, ao mesmo tempo que o aprendizado sobre os educadores e  suas metodologias era assimilado pela montagem das apresentações, os alunos puderam coloca-lo em prática na forma de regência dos seminários, trabalhando assim a prática de ensinar.
Os seminários foram realizados em grupos, onde cada grupo estudou e elaborou o seus seminário sobre um dos educadores, sua biografia, seus pensamentos, metodologias, maneiras de lidar com a música, além do contexto histórico e social que cada um deles viveu e estava inserido
Na disciplina foi proporcionado aos alunos espaço para a elaboração de arranjos musicais para conjuntos instrumentais focados para diversas faixas etárias, fazendo com que os alunos tivessem que trabalhar desde o princípio, que seria de escrever esse arranjo para determinados naipes de instrumentos, e que posteriormente fosse aplicado em uma regência, fazendo com que os alunos passassem esse arranjo em um determinado numero de aulas para os colegas  em uma situação real na escola, com planejamento de ensino e planos de aulas, utilizando de todo o repertório de conteúdos adquiridos ao longo do curso para que os objetivos quanto aos assuntos abordados no arranjo fossem absorvidos e passados de forma clara e  concreta nessa regência além de que esse mesmo  arranjo fosse executado da forma planejada ou pelo menos da melhor forma possível mesmo com todas as situações prováveis que poderiam dar errado, forçando ainda mais os alunos a lidarem com a situação real do professor em exercício.

CAPÍTULO III – PRÁTICA DE ENSINO MUSICAL: ORQUESTRAÇÃO

3.1.   OBJETIVO
A disciplina “Prática de Ensino: Orquestração” teve como objetivo possibilitar ao aluno o aprendizado de habilidades  e vivências para o planejamento, construção e aplicação de arranjos musicais feitos para se desenvolverem dentro do ambiente escolar com qualquer tipo de aluno em qualquer idade e nível. Pois segundo JOLY (citando estudos de VIKAT) diz:
           
            “Estudos realizados por Vikat (1996), revelam que existe uma relação estreita entre o desenvolvimento musical e o desenvolvimento intelectual dos indivíduos. O desenvolvimento musical está relacionado com outros processos de cognição, tais como o desenvolvimento da memória, da imaginação e da comunicação verbal e corporal.”

Assim, é evidente a necessidade do ensino e da pratica musical durante o desenvolvimento da criança.
Também teve como objetivo a disciplina trabalhar a criação de arranjos para determinadas melodias e canções focando o desenvolvimento de determinados estilos e períodos da música, tais como, Barroco, Clássico e Contemporâneo, oferecendo algumas condições básicas de atividades práticas sobre como escolher instrumentos, timbres, dinâmicas, formas, pensamento na forma de compor e todas as características desses períodos de forma musical.

     3.2.  ATIVIDADES PRÁTICAS
Vivenciaram-se com a disciplina algumas atividades práticas onde foi sugerido o embasamento para o desenvolvimento de nossos arranjos, como a elaboração de projetos dentro do ambiente escolar, o estudo de características dos estilos abordados para a criação dos arranjos.
Houve a experiência de conhecer e fazer uma reflexão e discussão a partir do pensamento de Hans – Joachim Koellreutter a respeito de orquestração e sua visão acerca da “Paisagem Sonora” e como ele aplica a ideia de se fazer musica com o meio o qual estamos inseridos, utilizando inúmeros elementos, que a princípio não possuíam função musical, mas q a partir de um universo contextualizado seria possível se fazer música.
Houve a análise de vídeos de arranjos que foram feitos e aplicados no ambiente escolar os quais observamos os pontos positivos e negativos, além de percebermos a abordagem dos professores e como inseriram diferentes alunos de várias idades realizando uma única apresentação.

      3.3.  ATIVIDADES DE ELABORAÇÃO E REGENCIA DE AULA
Com a intenção hipotética de aplicação em sala de aula, o foco de produção dos alunos durante a disciplina foi o planejamento, escrita, construção e montagem além da aplicação e desenvolvimento de um arranjo musical feito em grupo para a canção “Borboleta Pequenina”, entretanto, porém, a ideia da construção desse arranjo deveria contemplar características de períodos musicais (sendo eles Barroco, Clássico e Contemporâneo) que previamente foram distribuídos para cada grupo afim de que houvesse três diferentes arranjos para a mesma música.
A experiência proporcionou que os alunos pesquisassem a respeito de inúmeras informações e características do estilo, instrumentação disponível e como utiliza-la de forma adequada para cada um desses estilos, divisão de naipes, a forma de composição e abordagem, como: a polifonia do Barroco, a valorização da melodia principal e acompanhamentos de variados naipes do Clássico ou a experimentação, improvisação e criação espontânea do Contemporâneo.
Em paralelo ao desenvolvimento de orientações sobre o estágio as aulas para essa produção do arranjo foi-se consolidando, houve naturalmente correções e aprimoramento  das características importantes e que seriam necessárias para acrescentar, ou subtrair,  além da realização de ensaios com a turma.

CAPÍTULO IV – RELATÓRIO DE MÚSICA NA ESCOLA PROMOVE.



1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA

Nome: PROMOVE
Endereço: Rua Teresa Bortolo, 71.
Bairro: Bortolândia                  Cep: 02352-150                       São Paulo – SP
Telefone: (11) 2206-0451
E-mail: botolandia@promove.org.br
TOTAL DE HORAS EM REGÊNCIA EM NÍVEL DE ENSINO FUNDAMENTAL: 220 Duzentos e Vinte Horas.
1.1. TIPO DE INSTITUIÇÃO: A organização PROMOVE foi fundada em 1989 Desenvolve suas atividades em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e com o Serviço Social da Indústria (SESI).
1.2. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: 8h às 17h30

1.3. NÚMERO DE ALUNOS: 1.550

1.4. NÍVEL DE ATENDIMENTO: Com unidades - localizadas em comunidades de grande vulnerabilidade social - a PROMOVE atende 1.550 pessoas por meio do esporte, Música, arte-educação, cultura, e cursos profissionalizantes.

2.CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A escola possui páteo coberto e descoberto, quadras, banheiros masculino e feminino, cozinha, sala de secretaria, salas de aula para inúmeras atividades e na sala de música há equipamento de som e vídeo.

2.1. DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE
A Escola localiza-se na zona norte da cidade de São Paulo, num bairro residencial de classe média baixa.

 2.2. CLIENTELA ESCOLAR
Alunos de classe média baixa, predominantemente de famílias que os pais trabalham fora, empregados nos setores industriais, comerciais ou serviços (escritórios, bancos e funcionalismo público).

2.3  OBJETIVOS DA ESCOLA
A organização PROMOVE tem por objetivo desenvolver ações sociais, educativas e psicossociais com crianças, adolescentes e adultos, centrado no eixo família-comunidade, de forma a prover melhoria na qualidade de vida, bem como facilitar o processo de inclusão social e resgate da cidadania.

2.5. MATRIZ CURRICULAR

A matriz curricular está organizada de acordo com os eixos indicados nos Referenciais Curriculares Nacionais e nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

2.6. PROJETOS

A escola realiza projetos promovendo a interdisciplinaridade. A música é utilizada em grande parte dos projetos, e não apenas como ferramenta auxiliadora, aliada a outros objetivos como divertimento, memória entre outros. Incorpora importante influência como fonte de integração social e capacitação de valores humanos e virtudes universais.





3.  EDUCAÇÃO MUSICAL - ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

3.1 PLANEJAMENTO

Os planos foram desenvolvidos de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – Arte.

Foram propiciados aos participantes alguns aspectos históricos dentro de um contexto artístico/musical. A abrangente miscigenação cultural abarcando aspectos da literatura regional revelando as heranças, contribuições e peculiaridades artísticas dos imigrantes do mundo todo ao Brasil.

3.2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO MEU PAPEL COMO PROFESSOR LICENCIANDO EM MÚSICA.
·         Enquanto Professor Licenciando de Música, atuei com o Objetivo de:
Explorar e identificar elementos da música para expressar e interagir com as pessoas e ampliar o conhecimento delas do mundo musical.
Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio das experiências vivenciadas durante as aulas de música.
Refletir sobre as atividades musicais desenvolvidas e compartilhar aula a aula, lembrando que é importantíssimo que os alunos tivessem a oportunidade de falar das suas experiências com a música. Não havia certo ou errado, desde que as manifestações estivessem coerentes com a produção que foi desenvolvida durante as aulas de música.
·         O que trabalhei de forma bastante ampla foi mediação para o estabelecimento de uma consciência coletiva sobre:
Diferentes características geradas pelo som e silêncio, sempre atrelados ao contexto musical.
Altura do som: grave, médio, agudo / movimento sonoro.
Duração: curta, média, longa – reconhecimento e utilização das variações de velocidade e densidade (maior ou menor concentração de eventos sonoros) na organização e realização de algumas produções musicais.
Intensidade: fraca, forte e suas inúmeras variações.
Timbre: características do som.
Jogos e brincadeiras que promoviam expressão corporal de forma geral e improvisação musical.
Repertório de canções para desenvolver memória musical.
Conceitos inerentes à música: pulso, andamento, acento, ritmo da melodia e forma musical.
Conjunto instrumental.
Escuta musical envolvendo obras de diversos gêneros, estilos épocas e culturas, da produção musical brasileira e de outros países. Trouxe para os alunos informações básicas sobre as obras ouvidas e seus compositores.
3.2. RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO
A relação do professor com os alunos da sala apresentou-se de forma harmônica, proporcionei segurança, alegria e tranquilidade aos alunos.

  3.3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Procurei utilizar material próprio (modelos em anexo) que fui acumulando ao longo de muitos anos em participação de Cursos de Música e Workshops de Educação Musical em São Paulo e em Londrina. Com as aulas de Prática de Ensino Musical da Uni Sant’Anna desenvolvi o seguinte roteiro para o planejamento das aulas de música ministradas por mim.
  • CANTO DE ENTRADA OU AQUECIMENTO:
A proposta para este aspecto é que houvesse um momento de “chamamento” e prontidão para a aula.  Nessas ocasiões procurei trabalhar o movimento, com escuta e até com algum aquecimento vocal, explorei o espaço, o corpo e alguns elementos musicais envolvidos no conteúdo. Houve ocasiões em que optei em eleger uma canção de boas vindas que envolviam o nome dos alunos.
  • MOMENTO DA ATIVIDADE
Nas atividades, propriamente ditas, foram trabalhadas atividades musicais que envolviam habilidades em cantar, dançar, tocar, ouvir, registrar, sentir, perceber. Com o canto houve o cuidado de proporcionar o desenvolvimento de repertório e memória musical tendo como base a faixa etária média em cada turma de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A percepção sonora, no sentido de acuidade auditiva foi trabalhada elementos musicais que envolviam as qualidades do som – altura, intensidade, timbre, duração e como o som se movimenta – pulsação, acento, ritmo da melodia, conjunto instrumental com flauta doce e percussão com recicláveis e a escuta ativa. E o movimento, com expressão corporal e a dança. Houve a atenção para trabalhar todos os tópicos citados de forma entrelaçada. Em música tudo ocorre concomitantemente. O ritmo, as qualidades do som, a pulsação e os vários elementos musicais estão presentes de forma não fragmentada. Desmembrei em tópicos para facilitar o entendimento do planejamento das minhas aulas, mas há que se ter um olhar global sobre os conteúdos que foram trabalhados.
  • RELAXAMENTO E REFLEXÃO
Nesse momento, geralmente nos minutos finais das minhas aulas de música, ocorria a desaceleração e eu propunha ou proporcionava um ambiente favorável à reflexão das atividades desenvolvidas durante a aula e já instigava sobre o fascínio da próxima aula, visando com isso que todos participassem nos encontros subsequentes, evitando assim a evasão ou a fragmentação da turma.





ALGUMAS ATIVIDADES DE REGÊNCIA EM MÚSICA DESENVOLVIDAS POR MIM PARA EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO.

Materiais utilizados:
Laptop, microfone e placa de som, Barbante, Saxofone.

Tempo de duração total de 120 minutos.

Preparação 6 minutos.
Dinâmica de concentração e alongamento (3 minutos), isso se estiverem muito agitadas.
Dinâmica de “passar a flecha” batendo palmas (3 minutos) se estiverem muito tímidas.

As crianças em circulo fazem o alongamento

INTRODUÇÃO
5 minutos

Texto- 1 minuto
            Desde o começo dos tempos o homem sempre usou sons para se comunicar, compartilhar emoções e expressar idéias. Aquilo que chamamos por música hoje em dia, teve suas origens em civilizações muito antigas, como os bizantinos, sumérios, egípcios e os gregos. A música e algo tão antigo quanto à própria humanidade, todos os povos, mesmo em seu estágio mais primitivo, sempre tiveram a musica fortemente presente em suas tradições e costumes.

Perguntar para as crianças (obs., conduzir a conversa para não levar mais que 5 minutos).

-O que é música?
-Para que serve a música?
-Onde já ouviram música?


ANTIGUIDADE CLÁSSICA E GRÉCIA ANTIGA
5 minutos

Texto-  1 minuto
            De todos os povos antigos, os que mais influenciaram a nossa música foram os gregos. Para os gregos ao estudar os sons e suas relações entre si estaríamos automaticamente desvendando os segredos do universo. A música, poesia e dança era a mesma coisa e ligadas fortemente com a filosofia, física e religião. Para os gregos os planetas girando no cosmos produziriam uma música a chamada de música das esferas, que nossos ouvidos não podem ouvir. Uma simples melodia tinha capacidade de transmitir valores e emoções para as pessoas, valentes para a guerra, mais comportados, inteligentes ou bagunceiros. A escolha das músicas para serem ouvidas era um assunto tratado seriamente por muitos teóricos, como por exemplo, o filosofo Platão. A música era improvisada, existiam competições e festivais de improvisação nas praças das cidades estados gregas.

DINÂMICA DE GRUPO
Colocar músicas diferentes no rádio e perguntar (obs., conduzir a conversa para não levar mais que 5 minutos).
-Quais emoções os estudantes sentem ao ouvir músicas diferentes?
-Essas emoções são as mesmas para todos que as ouviram?
-Perguntar se eles já se emocionaram ou se sentiram diferentes com alguma música que ouviram.
-Ouvir uma música da Grécia antiga (gravação de vídeo do youtube)

IDADE MÉDIA
 5 a 15 minutos

Conceitos a serem trabalhados- Altura, melodia.

Texto- 2 minutos
            A teoria musical inventada pelos gregos foi absorvida na música dos romanos, e com o domínio do império romano, essa forma de organizar os sons e estudar musica se espalhou por toda a Europa.
            Por 10 séculos as pessoas se reuniam nas igrejas para orar e entoar cantos religiosos juntos e desse convívio se percebeu novas relações dos sons entre si. Todos entoavam a mesma letra ao mesmo tempo, pouco a pouco se tornavam melodias.
 Aos poucos duas melodias começaram a se distinguir no meio dos cantos, depois três, e no meio de toda essa confusão, foi necessário inventar uma forma de se registrar e escrever música. Assim em qualquer lugar as pessoas poderiam cantar da mesma forma e entoar as canções religiosas direito.
            A solução inventada para esse problema foi a seguinte. Em um pergaminho em cima da letra da musica era traçada uma linha, tudo que estava acima dessa linha era um som agudo, abaixo da linha um som mais grave, e na linha um som médio.

Decorar trecho da letra do “canto do povo de um lugar” – Caetano Veloso, todos os estudantes falando a letra ao mesmo tempo:

            “Todo o dia o Sol levanta e a gente canta o Sol de todo dia"

Fazer dinâmica de grupo com a partitura de uma linha
            Uma corda ou barbante e esticado no ar e as crianças reproduzem sons médios, graves ou agudos de acordo com a posição da bola em relação à linha.
            Passar melodia do canto do povo de um lugar um voz

Objetivo- deixar claro a propriedade de altura do som, e sua representação visual.

Texto- 1 minuto

            Com o passar do tempo, uma linha não era mais o suficiente para indicar os sons usados, então passaram a usar quatro linhas.

Mostrar partitura de canto gregoriano

Texto: E finalmente cinco linhas! (Mostrar pentagrama)

Ouvir música da idade média (vídeo do youtube)

 RENASCENÇA
 5 ou 10 minutos

Conceitos a serem trabalha-Ritmo, pulsação, organização de compassos binários e ternários.
           
Texto- 1 minuto
            Depois que inventaram uma forma de se escrever as alturas tudo ficou mais fácil. As pessoas podiam cantar melodias diferentes ao mesmo tempo e explorar todas as combinações possíveis.   Cantos realizados por grupos vocais ficaram cada vez mais frequentes em cultos religiosos, e compositores chegaram a escrever musica para ate 40 vozes diferentes! Com tanta gente cantando, pouco a pouco surgiu à necessidade de se organizar, se não cada um cantava em um momento diferente.

DINÂMICA DE GRUPO
 3-5 minutos

Dinâmica de Ritmo, Pulsação, Organização de compassos binário e ternário.

Pulsação no Pé, as crianças batem palma na pulsação, depois batem palma no ritmo da musica. (segunda voz do canto do povo de um lugar caso o grupo esteja acompanhando tudo)

Texto 1 minuto

            Dessa forma, todos sabiam o exato momento de começar e terminar, a duração de cada nota, e o ritmo da música.

Ouvir música vocal renascentista (vídeo do youtube)

BARROCO
Conceitos a serem trabalhado- Timbre

Texto: 2 minutos

            Além de ser cantada nas igrejas e para fins religiosos, a música também era uma ferramenta de passar o tempo. Reis, rainhas e nobres tinham músicos entre seus empregados. Em cada castelo existia um grupo de músicos prontos para tocar em ocasiões especiais ou ao simples desejo do rei. Em uma época onde não existia nem televisão, a pessoa se entretinha conversando, ouvindo musica e assistindo teatro. A música marcava o ritmo das danças dos palácios e castelos dos reis, e os compositores agrupavam suas músicas em conjuntos de danças, o que chamamos de suíte. Foi também nessa época que surgiu a ópera, uma espécie de teatro com fundo musical, onde os atores interpretavam cantando seu texto, e os instrumentos além de servirem como acompanhamento aos cantores imitavam efeitos sonoros, como o barulho dos pássaros, as ondas do mar, o som de espadas duelando etc. A forma como [e feita hoje em dia à trilha sonora de filmes, novelas etc., teve seu principio nessa época].
            Outra novidade que surgiu nessa época foi à forma de se compor como uma melodia acompanhada. Um grupo de instrumentos tocava a melodia, e outros faziam um acompanhamento em acordes, geralmente um instrumento grave como o contrabaixo era acompanhado por outro instrumento capaz de tocar acordes, como o cravo (avo do piano) ou o alaúde (parente do violão). Com tantos instrumentos juntos, surgiu uma necessidade de se escrever de uma forma especial para cada um deles, e nessa época as partituras passam a ser feitas para cada instrumento. Uma forma prática de se organizar isso foi agrupar os instrumentos por afinidade, famílias.

DINÂMICA DE GRUPO
Fazer o estudante se organizarem em grupos diferentes, de acordo com seus próprios critérios. 3 minutos

Ouvir música do período barroco (vídeo do youtube)

CLASSICISMO
 5 minutos

Conceitos a serem trabalhado- Estabelecimento de estruturas formais

Texto
            Com o passar do tempo, as composições foram ficando cada vez mais independentes de ritmos de dança e da poética da letra das canções. O uso de acordes foi sendo cada vez mais explorado e a partir dai as pessoas perceberam que quanto mais organizado e simétrico os sons, mais agradável ao ouvido a musica se tornava.

DINÂMICA DE GRUPO
Canto do povo de um lugar organizando numero de vezes e forma
Ouvir musica classicismo (vídeo do Youtube)

 ROMANTISMO
Conceitos a serem trabalhados: Intensidade

            Grupos instrumentais foram crescendo cada vez mais, e com tanta gente tocando ao mesmo tempo, os compositores perceberam que era possível explorar a intensidade, o volume dos sons, instrumentos tocando em alguns momentos mais fortes e em outro mais fraco. Agrupamentos de músicos chegaram à da orquestra moderna, e compositores escreviam musicas de longa duração, explorando cada vez mais novos universos sonoros.

DINÂMICA DE GRUPO
Executar canto do povo de um lugar com alterações de dinâmica

            Ouvir música romantismo (vídeo do Youtube)
 MODERNISMO E VANGUARDA
Conceitos a serem trabalhados: O ruído como material sonoro para composição musical

Texto 1 minuto
           
            Com o desenvolvimento da tecnologia finalmente descobriram formas diferentes de se gravar o som. A música finalmente podia ser ouvida sem ter alguém necessariamente tocando um instrumento ao vivo! No começo as primeiras gravações eram feitas em discos de cera, e até mesmo em disco de uma rezina feita de besouro. Antigamente tínhamos o vinil, e hoje em dia temos o cd, o mp3, e o Youtube.
            Isso deu chance aos compositores de usar sons antes nunca imaginados, como compor uma música feita com latidos de cachorro ou inventados pelo compositor com o uso do computador.

DINÂMICA DE GRUPO    

            Gravar o trecho da canção “Canto do povo de algum lugar – Caetano Veloso”
            Gravar música concreta feita na hora com os estudantes, usando ruídos do ambiente.
            Ouvir música concreta. (vídeo youtube)
Mixar e organizar as gravações feitas pelos estudantes 10 a 15 minutos.

Audição das gravações e diálogo acerca do resultado. 



3.4. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS

Os recursos foram utilizados de maneira adequada e com pleno aproveitamento. Isso se deve ao fato de que fui eu mesmo que pesquisava e levava comigo os instrumentos e equipamentos necessários de apoio para as minhas aulas. Há um célebre ditado popular que serviu de inspiração para a utilização dos recursos, que diz: “Se deseja que algo seja bem feito, faça você mesmo”.


3.5.  ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO
Como foram as minhas avaliações:
A avaliação ocorria num contínuo processo, levando em consideração os processos vivenciados pelos alunos. Através destes processos eu observava a melhor forma para reorganizar os objetivos, estratégias e procedimentos, de forma a melhor adequar as aulas para o grupo.
Uma maneira bem eficiente e prazerosa de se fazer a avaliação foi o fato de eu ter sempre à mão um smartfone que pudesse efetuar gravações de som/vídeo. Foi importante e significativo que os alunos ouvissem as gravações. Muitas vezes os alunos ficam tão absorvidos no processo que não conseguem se identificar durante a atividade. Ao final das aulas, quando eu abria um espaço para reflexão, pude mostrar-lhes diversas vezes o que foi gravado e para que percebessem os detalhes e, assim, irem desenvolvendo o senso crítico; isso me ajudou como Licenciando em Música na construção da minha avaliação, seja em relação ao aluno, seja em relação a minha aula ou entre ambos.

3.7. REFLEXÕES E SÍNTESE
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a música deve ser vista como linguagem, uma vez que integra aspectos afetivos, estéticos e cognitivos, além de promover a interação e comunicação social.
Por ser uma das formas mais antigas de expressão humana já justifica sua presença no contexto educacional.
Outro aspecto importante nesse enfoque educativo é olhar para música como instrumento investigativo, experimental e reflexivo.
Como um graduando em Licenciatura em Música da Uni Sant’Anna, procurei na minha experiência enquanto estagiário e professor de música propiciar as condições favoráveis para integrar momentos de experiência que envolvia vivência, percepção, e reflexão acerca dos conteúdos musicais partindo do pressuposto que a música não é um produto pronto, que possa ser reproduzido como um modelo. Enfatizei veementemente durante as aulas que ministrei que a música é um conhecimento que se constrói.
É relevante lembrar também que os alunos necessitam de elementos que sirvam de base para a suas criações. É através da exploração material, reflexão sobre o fazer e percepção das questões relacionadas ao som que os alunos começam a construir o seu fazer musical de forma consciente.
Portanto, concluo que toda vez que forneci aos alunos materiais e atividades que levassem a vivenciar, explorar, sentir, refletir sobre o fazer musical, automaticamente eu colaborava com a capacidade musical criadora dos alunos. Essa constatação é motivo de grande emoção e alegria.



CAPÍTULO V – AULAS EM CURSO LIVRE DE MÚSICA - CENTRO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES JOVA RURAL II.



1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA

Nome: CENTRO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES JOVA RURAL II.
Endereço: Rua Portal II, n° 77.
Bairro: Jd. Felicidade                  Cep: 02326-030                      São Paulo – SP
Telefone: (11)2240-9695.
Site: amigasdejovarural.blogspot.com  
TOTAL DE HORAS EM REGÊNCIA EM NÍVEL DE EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: 80 Oitenta Horas.
1.1. TIPO DE INSTITUIÇÃO: Pública – Municipal.

1.2. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: 8h às 17h30.

1.3. NÚMERO DE ALUNOS: 140.

2. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA: O Centro para Crianças e Adolescentes Jova Rural II, situa-se no bairro de Jova Rural, atendendo crianças e adolescentes de 06 a 14 anos e 11 meses, provenientes de risco pessoal e social. Tentando minimizar essa realidade o CCA desenvolve a inserção, promoção e prevenção das crianças e adolescentes nos seus direitos individuais e sociais com a conquista de uma qualidade de vida melhor!

2.1. DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE
A comunidade localiza-se no bairro de Jova Rural, extrema periferia da zona norte da cidade de São Paulo. È uma localização bastante difícil, onde há montanhas e o transporte público é precário.

2.2. CLIENTELA DA ESCOLA
Os alunos da escola em sua maioria são crianças e jovens do próprio bairro. Há fila de espera, pois o espaço físico não comporta a demanda pela procura.



2.3. OBJETIVOS DA ESCOLA

O Centro pra Crianças e Adolescentes de Jova Rural teve como objetivo, através de oficinas de Música, atingir um progressivo desenvolvimento musical, trabalhando o senso ritmo, melódico e harmônico, desenvolvendo habilidades como apreciação musical, interpretação de repertório, composição e improvisação.

2.4. RECURSOS FÍSICOS DA ESCOLA
O prédio é feito de alvenaria, as salas localizam-se no primeiro e no segundo andar, com salas de aula, uma Flauta Doce Germânica Yamaha personalizada para cada aluno e uma sala para a prática de atividades lúdicas, cozinha, banheiros, e mais uma sala de secretaria.

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ESCOLA

 3.1. CURSOS
A Escola oferece cursos nas áreas de música, movimento, artes plásticas, esporte, além do apoio à alfabetização.

3.2. RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO

A relação professor e aluno foi cordial e de amizade para que as aulas caminhassem e conquistassem o resultado esperado,


   3.3. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
Os recursos foram utilizados de maneira adequada e com pleno aproveitamento. Isso se deve ao fato de que fui eu mesmo que pesquisava e levava comigo os instrumentos e equipamentos necessários de apoio para as minhas aulas.
3.4. ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO
Como exposto anteriormente como foram as minhas avaliações:
A avaliação ocorria num contínuo processo, levando em consideração os processos vivenciados pelos alunos. Através destes processos eu observava a melhor forma para reorganizar os objetivos, estratégias e procedimentos, de forma a melhor adequar as aulas para o grupo.
Uma maneira bem eficiente e prazerosa de se fazer a avaliação foi o fato de eu ter sempre à mão um smartfone que pudesse efetuar gravações de som/vídeo. Foi importante e significativo que os alunos ouvissem as gravações. Muitas vezes os alunos ficam tão absorvidos no processo que não conseguem se identificar durante a atividade. Ao final das aulas, quando eu abria um espaço para reflexão, pude mostrar-lhes diversas vezes o que foi gravado e para que percebessem os detalhes e, assim, irem desenvolvendo o senso crítico; isso me ajudou como Licenciando em Música na construção da minha avaliação, seja em relação ao aluno, seja em relação a minha aula ou entre ambos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O valor da linguagem musical é um consenso entre os músicos. Tom Jobim, referência Mundial da musicalidade Brasileira, afirmou em uma frase que encerra o documentário A música segundo Tom Jobim “A linguagem musical me basta”.
            Entretanto, o valor da linguagem musical não é um consenso nos demais segmentos da sociedade, isso fica evidente quando se compara a prática e o ensino da linguagem musical em épocas ou lugares. Estamos vivendo um momento ímpar e propício no Brasil para desvendarmos o que está por trás nas atitudes tomadas em relação à aprendizagem da linguagem musical, sobretudo, no atual contexto escolar. 
            Fonterrada (2008) uma militante no campo da “ecologia acústica”, atividade que integra, de maneira crítica, ser humano e natureza, e particularmente, com a paisagem sonora, isto é, com o som em todos os seus aspectos e funções, esclarece:

O fato de a música ter ou não seu valor reconhecido coloca-a dentro ou fora do currículo  escolar, dependendo de quanto é ou não considerada pelo grupo social. Se, em determinada cultura, a música for uma das grandes disciplinas do saber humano, o valor da educação musical também será alto, em pé de igualdade com o de outros campos do conhecimento. Se, porém, não houver esse reconhecimento, sua posição em relação às demais áreas será, também, marginal. Esta é a questão crucial com que se depara hoje no Brasil: o resgate do valor da música perante a sociedade, único modo de recolocá-la no processo educacional. (Fonterrada, 2008, p. 13)

            Desde 1996, após uma ausência longa de trinta anos, a linguagem musical foi contemplada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9394/96 com o status de “disciplina” nos currículos escolares.
            Com três décadas longe das escolas, a geração atual de professores, em sua maioria, não teve em sua formação a oportunidade de cantar nem tocar um instrumento. Os professores e alunos adquirem um referencial musical oriundos dos meios de comunicação e não faz parte do contexto escolar a prática do saber musical. Logo, o processo do retorno efetivo da linguagem musical se dará de forma lenta e gradual no Brasil.
            Mutti e Fiss (2011) líderes do Grupo de Pesquisas sobre Educação e Análise de Discurso da FACED/UFRGS, afirmam:

Pensar a Educação como um campo disciplinar significa compreender que este não se constitui como espaço de fronteiras fechadas, mas que, paradoxalmente, está sempre em relação com o seu exterior, ou seja, com elementos do saber que vêm de outros campos, que se atravessam e figuram no seu próprio interior, reclamando sentido. A noção de interdiscursividade permite compreender que os estudos do campo da Linguagem entrem para o campo da Educação como um exterior que passa a figurar no interior do mesmo, fazendo parte dele, de tal modo que os movimentos de desestabilização provocados atingem e modificam ambos os campos. (Mutti e Fiss, 2011, p. 644) 

            Assim, de modo a conceber a interdiscursividade, interação e a união entre a Educação e a Linguagem Musical, o objetivo da vivência enquanto estagiário como professor de música consistiu em estabelecer parâmetros que determinassem o aprendizado da linguagem musical. Como se dá o processo de aprendizagem da linguagem musical numa pessoa?  E quais seriam os possíveis critérios que garantiriam o aprendizado da linguagem musical?
            Para encontrar essas e outras respostas ligadas ao assunto não pretendo esgotar a minha formação acadêmica com a graduação, pretendo ir além. O propósito inicial consiste em produzir um artigo claramente posicionado pela ótica acadêmica, realizar um trabalho inscrito a partir de vivências reais indagando seriamente o sentido do aprendizado da linguagem musical e contribuir para o fomento do conhecimento pedagógico na formação de futuros professores em educação da linguagem musical no Brasil.




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MUTTI, Regina e FISS, Doris. Língua, Discurso e Sujeito na Educação. Educação & Realidade, Porto Alegre, v.36, nº. 3, p.643-50, set/dez. 2011.

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