11 de setembro de 2015

Escutar e Ouvir.


 
“A marca da sabedoria está, mais do que qualquer outra coisa, na capacidade de ouvir.” (Daisaku Ikeda)


Escuto estas palavras constantemente, por isso parei para refletir um pouco sobre elas e lhe convido a esta reflexão.


Numa definição direta: escutar é o uso puro e simples do sentido da audição e ouvir vai além, sendo uma ação mais profunda, um convite a um processo mais ativo de interação com o outro.


Ao ouvir, temos a possibilidade de perceber e entender o que esta a nossa volta, sendo tão ou mais importante do que falar.


Ouvindo uma palestra dias atrás, o tema "saber ouvir" foi abordado, pois muitas vezes temos o impulso de falar em demasia, interrompendo o nosso interlocutor, o que nos impede de fazer uma análise, entendimento e interação mais específica e profunda com o outro.


Neste sentido, saber ouvir caminha ao lado de saber falar. No entanto, é algo que exige muito treino, pois somos convidados, a todo o momento, a não ouvir e sim, interromper o que o outro tenta nos transmitir e expressar.


Consultores têm este hábito e muitas vezes os médicos também. Contadores, atendentes em repartições públicas, privadas, também se manifestam desta forma.


Confesso que tenho uma tendência a generalizar situações como esta e é importante mencionar que não são todos assim, mas é algo que tem chamado a minha atenção e a de muitos gestores no desenvolvimento de suas equipes.


Indo contra a generalização que mencionei acima, fazendo um exame de sangue estes dias, chamou-me a atenção uma enfermeira repassando orientação a uma senhora de mais idade. Esta senhora, por sua vez, com muitas dúvidas, era realmente ouvida pela enfermeira que, com muita paciência, passava as instruções e sanava as questões existentes.


Observando a cena comecei a formular algumas questões como: de fato, saber ouvir é passivo de treino? Esta enfermeira foi treinada? Quantas horas passou por treinamento ou orientação?


Perguntas como esta percorrem as empresas no sentido de melhorar seus gerenciamentos, atendimentos, enfim, o desenvolvimento dos negócios.


Saber ouvir interfere significativamente nas relações interpessoais, pois exige que façamos opções conscientes em estar presente para o outro, de forma realmente solidária e sem preconceitos, com o intuito de buscarmos o entendimento.


Analisando o tema, a conclusão que tiro é a de que se trata de uma arte a ser dominada pelo homem, pois exige renuncia em darmos necessariamente espaço ao outro.


Saber ouvir leva tempo, prática, persistência, determinação e muita paciência. É, de fato, uma das formas de interação que mantêm vivo o respeito e a consideração pelo outro.


Espero que você, como eu, possa exercitar o ouvir com mais frequência, pois os negócios agradecem, bem como, a humanidade.


Daniela Leluddak é palestrante, consultora, coach, orientadora de carreiras e colunista do Jornal Paraná Shimbun (Londrina) e da Oficina do Estudante (Campinas). Estudiosa da Filosofia Seiwajiuku a utiliza como um dos pilares em seu trabalho. É sócia-diretora da Caddan Empresarial (www.caddan.com.br) e presidente da Caddan Brasil (www.caddanbrasil.org.br) uma organização civil de interesse público.
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