9 de novembro de 2015

O lado mais silencioso!

A propaganda é a alma do negócio, disso todo mundo já sabe ou já ouviram falar. Entretanto, há um pessoal que exagera!

 Explico: Noutro dia o locutor de jogo de futebol promovia na TV o “time alternativo” de um determinado clube. Até entender do que se tratava o tal “time alternativo” fui apreciando o jogo e então que me dei conta que, para não perder a audiência, o “time alternativo” era, na realidade, o “time reserva”! O Eufemismo oferece a embalagem mais sedutora ao produto, sempre!

E isso acontece em vários aspectos da vida diária como, por exemplo, no mercado imobiliário: é cada vez mais raro o anúncio de “apartamento dos fundos”, pois agora o imóvel fica no “lado silencioso”... Não mudou de lugar, mas valorizou! Cá entre nós, é bem mais chique contar que mora no “lado silencioso”, certo? A tradição favorece o apartamento da frente que em certas metrópoles não é nada saudável ficar debruçado sobre a barulheira das buzinas. Mas com o conveniente uso do Eufemismo o que era desvantagem (apartamentos dos fundos) passou a ser virtude (lado silencioso).

Outro exemplo clássico da vida diária: o sujeito pode estar devendo até a alma ao Diabo que os comerciais não trombeteiam crédito a endividado, isso é quase um xingamento! O dito cujo atende pela alcunha de “negativado”.

Nos dias atuais soa ofensivo chamar negro de negro, verde de verde e amarelo de amarelo. No mercado de mídia, jornal fecha e programa televisivo deixa de ir ao ar. Mas tanto o jornal como o programa televisivo, não acabaram e nem fecharam. Foram simplesmente “descontinuados” é o que se passou a dizer.

Outra coisa parece que agora os carros usados são coisa do passado. Ninguém mais vende carros usados com esse rótulo.

 Promoveram-nos para “carros seminovos”. É evidente que automóveis de segunda mão com fabricação recente diferenciam-se dos carros antigos estejam bem ou mal conservados. Porém a etiqueta de “seminovos” causa a impressão de se envergonhar dos quilômetros rodados!


 Contudo, não são apenas as palavras que vez por outra não correspondem aos fatos! Podemos encontrar exemplos na música e também em imagens: o hambúrguer com aparência suculenta e apetitosa desenhada pelo Photoshop ou o despropósito da moça, com sorriso de batizado, alardeando preço de ocasião num jazigo perpétuo.

Há, porém, palavras negadas por intenções puras. Numa roda de mulheres, uma rapariga revela que está namorando. Outra pergunta: “ele é bonito?”  Se a resposta for “é simpático”, pode ter certeza: o cabra é feito de lascar.    
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