24 de agosto de 2015

Linguagem Musical

“Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem.”



Se não existisse o ouvido, não haveria diálogo. Dos cinco órgãos dos sentidos, o ouvido é o primeiro a ativar-se, já durante a gestação (aos seis meses), de modo que o bebê, quando nasce, já reconhece o som da voz de sua mãe. O ser humano pode até fechar os olhos ou a boca de forma voluntária, sem qualquer auxílio externo, mas não pode fechar os ouvidos. E se os olhos são considerados como as janelas do coração, os ouvidos podem ser denominados como o portal de acesso para as profundezas da alma humana. Por isso a música tem o poder de estremecer o homem e despertar-lhe emoções em um nível muito profundo.
A prática musical proporciona a criação de valores com amplos e diversos significados. A sociabilidade e interação do individuo com seu meio, por meio da percepção daquilo que o rodeia; o relacionamento direto com um grupo e trabalho em equipe, organização; o constante desenvolvimento da criatividade e percepção artística. O dinamismo da execução musical envolve múltiplas inteligências como a motora (por meio da execução mecânica de seu instrumento); a visual (lendo códigos próprios de linguagem musical e se comunicando visualmente com outros músicos, percebendo os gestos instrumentais inerentes à execução musical); auditiva (trabalhando a percepção daquilo que ocorre do seu ambiente e o som dos outros músicos tocando); o pensamento abstrato e espacial (através das evocações que o discurso musical carrega em si mesmo, e as representações da escrita musical, por meio de qualquer espécie de notação); linguística, proporcionando novas formas de expressão dialética dentro da linguagem dos sons; interpessoal, à medida que se proporciona a oportunidade do convívio social e põe em clara evidência a comunicação e relacionamento dos membros do grupo entre si, no momento da execução de alguma peça musical; intrapessoal, pois implica na superação de conflitos e questões internas em prol de um resultado final maior, como a apresentação musical. Essa vivência e ensino serão proporcionados na criação e execução de apresentações artísticas musicais. Estudos apontam que a música desenvolve novas habilidades cognitivas e ajuda a lidar melhor com as emoções, a diminuir comportamentos agressivos. É usada para tratar crianças com hiperatividade, distúrbios de atenção e de linguagem. Ela pode ser usada para trabalhar várias áreas. Um piano é matemática pura! Na alfabetização é possível usar elementos musicais similares ao som das letras. A música favorece até o convívio social das crianças e no campo da neurociência, não faltam dados que vinculam o estudo da música ao desempenho intelectual.

Quando pensamos em música, logo imaginamos o ouvido como órgão importante de sentido, mas é o cérebro que interpreta as ondas sonoras recebidas pelo ouvido. Assim como todos os sentidos externos do corpo humano (audição, olfato, tato, paladar e visão) a audição é resultado de uma interpretação cerebral. Quanto mais rica for uma música em seus diferentes sons (agudos, médios e graves), timbres (cordas, sopro e percussão), ritmos (pulsações), velocidades (notas longas, médias e curtas), intensidade (forte, média e fraca) com harmonia (combinação de sons simultâneos), mais o cérebro de quem a ouve será estimulado. Recomenda-se, por exemplo, às crianças em idades iniciais do desenvolvimento cerebral (0 a 6 anos) ouvir músicas eruditas, a exemplo das "clássicas", por serem ricas em expressões sonoras propícias ao desenvolvimento da acuidade auditiva; característica esta que é de grande importância para aprendizagem de idiomas. A música, arte de combinar os sons, é uma excelente fonte de trabalho escolar porque, além de ser utilizada como terapia psíquica para o desenvolvimento cognitivo, é uma forma de transmitir idéias e informações, faz parte da comunicação social.
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